Enem digital: veja como funcionará e quais são as vantagens e desvantagens deste formato

Desenvolvida e anunciada em 2019, a versão digital do Exame Nacional do Ensino médio (Enem) terá sua primeira aplicação em 2020. A medida foi divulgada para aprimorar a segurança e facilitar o acesso à realização do exame.

Em 2020, a utilização dessa modalidade não será obrigatória. Apesar de ser on-line, os participantes devem se deslocar até os locais de prova — mesmo com diversos estados brasileiros em quarentena, devido à pandemia global do coronavírus. Desse modo, os estudantes continuarão utilizando ônibus para o Rio de Janeiro e outras cidades do país.

Para este ano, cerca de 150 mil alunos poderão optar por realizar a versão digital do exame, que também será levado para boa parte dos jovens de modo impresso. A intenção do Ministério da Educação é aplicar o formato digital em sua versão inicial, em 2020, para que os ajustes necessários sejam feitos. A previsão é de que, até 2026, o modelo já esteja consolidado.

Com o novo formato, muitas dúvidas surgem a respeito de como funcionará esse sistema de aplicação e se vale a pena o Enem Digital ser mantido para as próximas versões. Afinal, o projeto pode não atender as expectativas desejadas.

Como funcionará o Enem Digital?

Durante as inscrições, o participante poderá optar pela versão impressa ou digital, que estará disponível em 15 capitais do país. A modalidade on-line ocorrerá em dias e horários alternados, sendo aplicada em ambientes controlados, como  laboratórios de informática de escolas e universidades.

As questões aplicadas serão diferentes para cada plataforma, porém, possuirão o mesmo nível de dificuldade. A medida foi tomada para evitar fraudes e proporcionar uma avaliação igualitária para todos os participantes. Caso haja imprevistos na aplicação on-line, o MEC disponibilizará uma versão física da prova em dezembro.

Vantagens

Com a alternativa digital, estima-se que a prova seja mais rápida e dinâmica, não sendo necessário o preenchimento do gabarito e possibilitando a utilização de materiais complementares, como gráficos e vídeos interativos, para compor a contextualização das questões e do tema da redação.

Além disso, haverá uma diminuição no custo de impressão. Só em 2019, cerca de 10,2 milhões de provas foram impressas, gerando um custo total de R$500 milhões aos cofres públicos, junto à estrutura de aplicação. O novo formato também facilitaria a divulgação dos resultados que, atualmente, demoram de dois a três meses para serem computados.

Desvantagens

Com o auxílio de uma plataforma on-line, a avaliação necessita boa conexão com a internet e que o provedor esteja em total funcionamento. Por isso, regiões com baixa velocidade de rede e instabilidades do sistema podem comprometer a aplicação do Enem.

A capacidade de performance dos computadores utilizados também pode afetar significativamente o desempenho do participante. Em uma máquina com carregamento lento, o estudante pode não enviar suas respostas no tempo necessário ou ter que recomeçar a prova.

Desse modo,  mesmo que haja uma plataforma on-line para aplicação de qualidade, o exame ainda necessitaria que todos os locais das provas tivessem computadores iguais para que, desse modo, todos os participantes possuam as mesmas condições para realizá-lo.